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Flip 2019: vem aí a 17ª edição do principal evento literário no Brasil



por Marco Barcellos*

Marco Barcellos

Começa na próxima quarta-feira, dia 10 de julho, a Flip 2019 – a 17ª edição da tradicional FESTA LITERÁRIA INTERNACIONAL DE PARATI, que já é considerado o principal evento internacional dedicado à literatura no Brasil.

A 17ª edição da Flip acontece entre 10 e 14 de julho, e o evento vai homenagear Euclides da Cunha (1866-1909) que por meio de sua obra representa tudo que a Flip vem retratando ao longo de sua existência:  artes e linguagem.



A ideia de reunir escritores e público surgiu de um desejo de promover, fora do eixo das grandes capitais uma experiência de encontro permeada pelas artes. Desde 2003, quando estreou em um espaço improvisado com pouco mais que vinte autores convidados, a Flip se conectou à bela e histórica Paraty. Pioneira em ocupar os espaços públicos com cultura, a Flip é um momento importante para o debate de ideias e um ponto de encontro de toda a diversidade.

Cada edição presta homenagem a um autor brasileiro e reúne um vigoroso time de escritores, de diferentes origens e perspectivas, para se encontrar com o público. Naturalmente a dimensão das letras extrapola os limites do papel e invade a arquitetura, design, cenografia, urbanismo entre outras formas de expressão.

O encontro da literatura em Paraty este ano conta com a curadoria de Fernanda Diamant, é uma das editoras da revista literária “Quatro cinco um” e traz como principais atrações a escritora americana Kristen Roupenian, autora do conto “Cat Person” e a professora emérita de teoria literária e literatura comparada da Universidade de São Paulo (USP) Walnice Nogueira Galvão, especialista em Euclides da Cunha e Guimarães Rosa.

A abertura oficial da 17ª Festa Literária Internacional de Paraty será às 19h00 da quarta-feira (10/07) com a mesa de abertura “Canudos”, e contará com a presença de Walnice Nogueira Galvão, crítica de literatura brasileira e professora emérita aposentada pela FFLCH-USP.

Na sequência, a programação conta com o espetáculo “Mutação de apoteose”, inspirado em um trecho de “A terra”, primeira parte de Os sertões, de Euclides da Cunha, a partir das 20h. A apresentação, realizada pela Universidade Antropófaga com direção artística da atriz Camila Mota, foi criada a partir das canções compostas para as montagens da obra do Autor Homenageado da Flip 2019 feitas pelo Teatro Oficina no começo dos anos 2000.

O elenco contará com crianças e jovens de Paraty que vão participar de oficinas de teatro e música no período pré-Flip, como parte das ações de permanência do Programa Educativo da Festa Literária.

Na quinta-feira (11/07), às 22h, acontece, no Auditório da Praça, a exibição do filme “Deus e o diabo na terra do sol” (1964), de Glauber Rocha. Filmado em Monte Santo, na Bahia — referência geográfica e religiosa da região de Canudos e do livro de Euclides da Cunha, Os sertões —, o longa-metragem foi um marco do Cinema Novo e da chamada “Estética da fome”. Lançado há mais de cinquenta anos, permanece como bússola do cinema e da interpretação crítica do país. A obra cinematográfica será exibida na íntegra com legendas em inglês.

Entre os demais destaques da programação deste ano, estão também o angolano Kalaf Epalanga, autor de “Também os brancos sabem dançar” e integrante da banda de kuduro Buraka Som Sistema; a escritora canadense Sheila Heti, autora do romance “Maternidade” e considerada um dos principais nomes da literatura em língua inglesa contemporânea; além da escritora, psicóloga e artista portuguesa Grada Kilomba, autora de “Memórias da plantação: Episódios do racismo cotidiano” e militante do feminismo negro, entre outros escritores de diversos países.

A FLIP foi lançada em 2003 como “Festival Literário”, mas sofreu diversas modificações já na segunda edição, quando teve seu nome mudado para o atual – FESTA LITERÁRIA INTERNACIONAL DE PARATI, além de sua duração, que passou para cinco dias (eram apenas 3 dias). Apesar do nome da cidade ser PARATY, a FLIP utiliza o nome “Parati” (com o “i” e não com “y”) para realçar que a Festa é “Parati”, ou seja, “Para Você”.

Desde sua primeira edição, a Festa vem crescendo, seja com relação ao número e expressão de escritores e editoras convidadas, seja no número de visitantes. A Festa é organizada pela Associação Casa Azul e a idéia de promover a FLIP nasceu em parceria com a editora inglesa Liz Calder, inspirada em eventos similares, realizados em cidades pequenas.

A Casa Azul é uma organização da sociedade civil de interesse público que desenvolve projetos nas áreas de arquitetura, urbanismo, educação e cultura. Desde as primeiras ações, há mais de vinte anos, vem desenvolvendo uma metodologia de leitura territorial capaz de potencializar importantes transformações no território. Em Paraty, onde a associação se originou, esse processo levou à realização de ações de permanência, com projetos como a Flip, a Biblioteca Casa Azul e o Museu do Território de Paraty, entre outros.

Em Paraty, onde a associação se originou, esse processo levou à realização de ações de permanência, com projetos como a Flip, a Biblioteca Casa Azul e o Museu do Território de Paraty, entre outros. A programação da Flip é realizada por meio da lei de incentivo à cultura do Ministério da Cultura do Governo Federal.

Mais informações em: https://www.flip.org.br/

Confira a programação completa em: https://www.flip.org.br/agenda/

Confira a relação dos autores em:  https://www.flip.org.br/autores-2019/

* Marco Barcellos é presidente da Market21 Comunicação e atua diretamente em marketing e comunicação na área de tecnologia há mais de 25 anos.

 

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