Basta um olhar de relance para a equipe executiva de qualquer empresa para se notar que as mulheres ainda são minoria, apesar dos esforços iniciados há décadas com o intuito de empoderar o sexo feminino nos mais diversos segmentos do mundo corporativo. Ironicamente, a presença de profissionais qualificadas no Brasil nunca foi tão sólida: desde 1985, o o número de mulheres com um diploma de curso superior é maior do que o dos homens, representando cerca de 58% dos alunos universitários em 2011.
No mesmo ano, elas foram maioria nas salas de aula de cursos relacionados à alta gestão, como Administração e Direito (51% e 52%, respectivamente), fator que, por si só, faria com que o sexo feminino fosse naturalmente mais cotado para os cargos de nível iniciante em grandes companhias.
Sendo assim, o que acontece para não termos uma maior presença feminina nas diretorias de grandes corporações, embora elas tenham lutado por mais de 30 anos para incrementar sua qualificação? Uma pesquisa global realizada pela Bain & Company em 2015 mostra que 43% das mulheres que se encontram na carreira há dois anos ou menos aspiram chegar à alta direção no futuro, indicador 9 pontos percentuais superior ao apresentado pelos homens no mesmo estágio (de 34%). Com o passar dos anos, entretanto, a ambição do sexo feminino de chegar a cargos altos cai mais de 60%, ao passo que no sexo masculino se mantém praticamente estável: entre os profissionais com dois ou mais anos de profissão, 16% das mulheres almejam o topo, contra 34% dos homens.
“Há, basicamente, três fatores que explicam por que as mulheres ficam no meio do caminho na escalada corporativa: o primeiro deles é o conflito de prioridade, na medida em que muitas mulheres têm dificuldade de conciliar trabalho e família, e as empresas ainda estão pouco preparadas para…[LEIA MAIS]