Home Cultura ONU defende resolução sobre ciclo da poluição plástica

ONU defende resolução sobre ciclo da poluição plástica



O plástico produzido pelos seres humanos e descartado de forma incorreta na natureza percorre um caminho não linear, mas pode voltar à mesa das pessoas como parte integrante de alimentos e bebidas. Neste cenário, a ONU (Organização das Nações Unidas) concordou em março com o lançamento de uma negociação histórica que pretende quebrar o ciclo da poluição plástica que, além de tudo, afeta a economia global.

Em atenção às toneladas de resíduos que põem em risco o futuro da vida humana e a biodiversidade, a Anue (Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente) – adotou uma moção que cria um “Comitê de Negociação Intergovernamental”, que deve preparar um texto juridicamente vinculante até 2024. A decisão ocorreu em Nairóbi, no Quênia.

Os negociadores devem se concentrar no “ciclo de vida” completo do plástico, o que inclui os impactos de sua produção, uso, descarte e reciclagem. Além disso, estão em pauta negociações sobre metas globais e criação de ferramentas de controle e de planos de ação nacionais.



Murilo Zappellini, Head de Compras da ALPLA na América do Sul e Colíder do Movimento RePense o Plástico, acredita que a agenda anunciada pela ONU a respeito do “ciclo de vida” completo do material é um passo importante para a humanidade. “Reconhece-se, em um acordo intergovernamental global, o mais importante de um ponto de vista ambiental e climático desde o acordo de Paris, em 2015, que é mais valioso discutir uma agenda produtiva de circularidade, do que dar vida à ‘vilanização’ do plástico”.

Além de tratar e definir metas globais da reciclagem, reuso, redução do uso do plástico e seu ciclo de vida, acrescenta Murilo Zappellini, o acordo irá impactar a vida de milhões de pessoas economicamente expostas, com uma importante pegada de responsabilidade social. Murilo afirma que já foram realizadas iniciativas para fomentar a economia circular, mas lideradas por ONGs (Organizações Não Governamentais) e instituições que, não necessariamente, estavam conectadas aos governos.

“A ALPLA, por exemplo, é signatária da Fundação Ellen McArthur. O anúncio de uma nova jornada intergovernamental em economia circular fomenta ainda mais o assunto, conectando grandes praças. Além disso, traz à tona, de maneira oficial, os governos em um mundo cada vez mais demandante por medidas sustentáveis”, diz. “Essa responsabilidade integrada entre sociedade, indústria e governos tem um papel fundamental para o sucesso de quaisquer metas socioambientais e seus resultados”.

Governos, indústrias e sociedade devem integrar aliança socioambiental

Na perspectiva de Murilo, medidas práticas podem ser tomadas para que o avanço defendido pela ONU seja, de fato, efetuado. Para tanto, empresas e governos podem agir, mas não sem a participação da sociedade.

“Esse tripé é, sem dúvida, base para o sucesso de quaisquer agendas socioambientais. Enquanto os governos legislam e fiscalizam os temas e metas em torno da circularidade, as indústrias criam e fomentam produtos com uma pegada sustentável, com metas bem definidas. A sociedade, por sua vez, tem papel preponderante na demanda por produtos cada vez mais sustentáveis e com menor pegada ambiental”

Aliás, complementa, a agenda ESG das empresas é o que define e, cada vez mais guiará, o capital dos investidores. “Quanto maior o resultado socioambiental, maior será o capital. Esse é um caminho sem volta”, finaliza.

Para mais informações, basta acessar: https://repense.eco.br/

ONU defende resolução sobre ciclo da poluição plásticaONU defende resolução sobre ciclo da poluição plásticaONU defende resolução sobre ciclo da poluição plásticaONU defende resolução sobre ciclo da poluição plásticaONU defende resolução sobre ciclo da poluição plásticaONU defende resolução sobre ciclo da poluição plásticaONU defende resolução sobre ciclo da poluição plásticaONU defende resolução sobre ciclo da poluição plástica