Existem diversos estilos literários no mundo e todos dizem, de alguma forma, como nós agimos e costumamos nos comunicar em determinadas situações da vida. Mas entre poesias, fábulas, notícias e documentários, o Google escolheu romances para “ensinar” seu sistema de inteligência artificial (AI) a entender como as pessoas se comunicam.
Pesquisadores do Google Brain, o projeto que cuida da AI na empresa, publicaram um documento no qual expõem de forma detalhada como eles usam longas histórias escritas em prosa e cheias de dramática para abastecer os bancos de dados e fazer com que sua AI entenda as pessoas e – com isso – seja até capaz de escrever uma história de ficção, com excelentes argumentos, diálogos, tramas e personagens.
Os primeiros resultados causaram espanto. Os sistemas de inteligência artificial foram abastecidos com milhares de romances de todos os tipos. Foram 2.865 romances, 11 mil livros ainda não publicados, 1.500 novelas de ficção e 3 mil romances diversos, para ser exato. Algo aparentemente fácil para uma empresa que já quis ser a biblioteca digitalizada de todos os livros do planeta, fossem eles bons ou ruins. A partir daí, os algoritmos ficaram encarregados de compreender a forma como os diálogos e tramas eram desenvolvidos e passou a criar alguns.
Boa parte deles eram carregados de conteúdo dramático e isso chocou os pesquisadores, que esperavam um resultado no máximo satisfatório. Em vez disso, a inteligência artificial do Google retornou frases que poderiam estar em uma peça teatral ou num livro.
Como não é uma equação que procuravam, os pesquisadores ficaram animados com o retornado pelo sistema. Não era para sair um número ou algo assim, mas frase que fariam sentido numa conversa entre pessoas num contexto dramático.
Alguns dos trechos produzidos pelo sistema de AI foram publicados em um paper dos pesquisadores. Você pode ler abaixo alguns dos trechos gerados pela AI do Google. As frases em negrito representam linhas alimentadas como modelo pelos pesquisadores.
isso me fez querer chorar.
ninguém tinha visto ele desde então.
isso me fez sentir desconfortável.
ninguém o tinha visto.
o pensamento me fez sorrir.
a dor era insuportável.
a multidão ficou em silêncio.
o homem gritou.
o velho disse.
perguntou o homem.
–
não há ninguém mais no mundo.
não há ninguém mais à vista.
eles eram os únicos que importavam.
eles eram os únicos que sobraram.
ele tinha que estar comigo.
ela tinha que estar com ele.
eu tinha que fazer isso.
eu queria matá-lo.
Eu comecei a chorar.
Eu me virei para ele.
–
esta era a única maneira.
era a única maneira.
foi a vez dela de piscar.
foi difícil dizer.
era hora de seguir em frente.
ele tinha que fazê-lo novamente.
todos eles se entreolharam.
todos se viraram para olhar para trás.
ambos viraram-se para encará-lo.
ambos deram as costas e foram embora.
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