Boas histórias sempre chamam a atenção. Esse dom de comunicar-se e prender mentes e corações de um público é domínio de humanos desde que a comunicação foi criada. Mas esse poder pode estar ameaçado. Computadores com modernos sistemas de big data podem ser melhores contadores de histórias do que qualquer pessoa. E não é uma futurologia, isso já está em andamento. E – lembre-se – um dia nós já jogamos xadrez melhor do que eles, hoje em dia isso está na nossa lista de derrotas para as máquinas.
Para ter uma ideia de como o roteiro vem evoluindo, pegue o que ocorreu no último torneio de tênis de Wimbledon e o papel desempenhado pelo sistema Slamtracker, da IBM. Ele foi um dos astros principais ao fornecer previsões de como os esportistas se comportariam em quadra. É como se fosse um comentarista ao vivo na TV com novidades a cada minuto. As projeções eram baseadas em oito anos de dados acumulados de todos os torneios do Grand Slam (principal circuito mundial de tênis). Tudo era cruzado e transformado em estatísticas com sensacionais gráficos visuais comparados. E números são um dos melhores argumentos para se começar uma história.
Transpondo isso para o nosso futebol, seria como o repórter de campo informar, na hora da cobrança de um penalty, onde o jogador costuma bater, com qual velocidade, que tipo de efeito, qual a porcentagem de acerto e até qual a coreografia que costuma fazer para a comemoração. O gol pode até não sair, mas a história já foi feita.
Computadores como o Slamtracker usam o que há de mais moderno no mundo do big data, analytics, cloud e mais o que se pode ter hoje de inteligência artificial. Essa última fronteira é algo que ainda estamos iniciando. Outro avanço que ainda deve melhorar muito isso é a modulação de voz e a própria transformação da linguagem de máquina em linguagem de humanos. Em mais alguns anos, o computador será mais tagarela e menos estatístico. Hoje, ele mostra mais animações e gráficos do que emite som que não seja uma falsificação da nossa fala.
Algumas empresas estão conseguindo avanços impressionantes para contornar isso. É pouco ainda, mas já são alguns passos. O Quill, da empresa NarrativeScience, é um promissor sistema de tradução máquina-homem.
Futuro de verdade ou mentira?
Mas para compensar essas tecnologias ainda iniciantes, os sistemas foram carregados com algoritmos de “contar histórias”. O termo em inglês para isso é “story telling” e tem sido cada vez mais importante no marketing, propaganda e negócios, além de ser uma atividade que garante a vida de jornalistas, roteiristas e qualquer um que tenha um público e uma história para contar. Uma dupla que conta “causos” e toca viola? Vamos começar a fazer um lista de quem pode competir com esses computadores com big data e story telling. Mentirosos talvez? Mas “ninguém mente melhor do que os humanos” não parece um prêmio digno para nós.
Brincadeiras de lado, isso talvez não seja algo ruim e pode até ser uma evolução no conhecimento da sociedade. Não é raro termos contato com uma informação e, por falta de técnica e dom do interlocutor, simplesmente não entendemos nada do que ele quer dizer. Imagine um diretor de marketing criando uma campanha que não consegue ser entendida pelo público ou uma reportagem explicando o futuro do big data…
não!…..
espera aí!!!!
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